Colecionadores possuem réplicas
de peças grandiosas, de obras raras, ou de algum fascínio em questão. Dentre os
colecionadores, existem os que colecionam miniaturas, e esses são os mais
inteligentes. Quem guarda uma miniatura, com zelo digno do maior diamante já
encontrado, possui a destreza de selecionar os melhores valores.
Modéstia parte, sou uma excelente
colecionadora das pequinezas que a vida me oferece, e hoje, comemoro mais um
ano de aniversário de uma das minhas mais novas aquisições. Uma mulher
prodígio, linda em seus defeitos, antecipada em quase tudo por opção.
Guardo no bolso, com todo
cuidado, o abraço carinhoso que ganho nas noites de faculdade. Procuro reparar,
todos os dias, se minha peça tão preciosa está com alguma poeirinha, ou um
princípio de rachadura no topo da cabeça. Ela costuma pensar demais.
Essa delicada miniatura é muito
mais forte do que sabe ser. É tão mais feliz independente do que imagina que
pode conhecer. Guarda o poder de sua existência, e torço para poder estar
presente no dia em que ela resolver usar.
Entrelinhas e gravadores, eu
preciso me preocupar com uma possível labirintite, decorrente de seus
constantes giros. Rebatendo lágrimas e colhendo sorrisos, eu tenho a garantia
de um papo e uma boa companhia, mesmo que o que eu receba seja um singelo
silêncio.
Como todo colecionador, eu sei
que minha raridade vai viajar para lugares melhores. Sei que as lembranças
serão minha maior riqueza. Minha pequena será grande demais para se ater aos
meus cuidados. Mas não seja por isso, feliz aniversário.
Crônica de Geovana Mara
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