Naquele dia acordara com o pé esquerdo. Era cedo e o espetáculo da noite anterior fora perdido. Deu vontade de desistir por um dia e recomeçar no outro, mas isso estava fora de cogitação.
Um salto da cama e meia hora para estar impecável para, enfim, abraçar novamente essa rotina.
É quando a vida lhe vira um tapa no meio da testa, mostrando que enquanto você dorme, a vida passa despercebida lá fora. A Lua estava linda.
Tão linda que durante o trajeto era impossível desviar o olhar da janela e deixa de avistá-la lá ao alto. Tão bela...
O céu foi tomado por um degradê que começava num azul bebê, passava por um amarelo discreto e terminava com um tom de lilás, por trás da serra verdinha. Claro que essa fusão de cores tinha muito a ver com a poluição devido ao tempo seco, mas ainda assim não deixava de ser admirável.
Coração apertado de saudade e coincidências acontecendo constantemente. E daqui a pouco o Sol começava a mostrar quem era o dono do pedaço.
A única certeza sobre aquele dia era: Ele me escutou e me deu mais um dia.
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