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  • 14/10/2014

    Crônica: Colorido em preto e branco

    Quantas vezes dedicamos tempo ao que é imperceptível aos olhos distraídos de uma rotina cansativa de trabalho? Passamos pelos mesmos lugares todos os dias sem reparar naquela flor que brotou em meio à calçada cimentada, nem no reflexo causado pelos raios do Sol que entram pela janela do escritório. Seria a rotina um aliado à cegueira?


    Com o passar do tempo a repetição das ações pode nos tornar mecanizados de modo que apenas olhamos o que está ao nosso redor sem de fato enxergar. Assim, o bom da vida se vai, passando bem em baixo do nosso nariz, sem percebermos. E aí amanhece um novo dia e tudo tende a se repetir.

    Quantos sorrisos sinceros foram ignorados, ao longo dessa pequena jornada, por conta de um relógio que marca, todos os dias, o atraso? Almas gêmeas desperdiçadas pelas praças enquanto a sombra das árvores serve apenas para melhorar a visibilidade da tela de um aparelho celular, já quase descarregado pela frequência de seu uso.

    Constantemente ignoramos coisas simples que poderiam se tornar o diferencial de um dia qualquer. O colorido em meio ao tempo nublado. Mesmo mediante à multidão temos a incrível capacidade de continuarmos solitários. Tomados por uma cegueira branca que eu não desejo ter como um hábito.

    Poder observar e notar a poesia do cotidiano é para os que têm anseio em viver intensamente e se entregar ao que há de bom e também aos riscos de cada decisão. É olhar além do óbvio, enxergar para renascer a cada amanhecer.

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