Existe uma marinheira que
costumava ficar com os pés firmes em terra. Ué?
Pois é!
Repare bem, pois o verbo foi
conjugado no passado. É o mesmo que pensar em uma pipa que nunca sobe mais do
que a altura do poste, nunca solta totalmente a linha do carretel. Um pássaro
que conhece bem os ventos, mas nunca voou fora da grande gaiola.
De uns tempos pra cá, a
marinheira resolveu realmente ir pro mar. E não é só porque ela está em águas
distantes, navegando para terras desconhecidas, que está longe do céu. Pelo
contrário. Tem explorado tanto os mares, que descobriu, outrora, um ponto onde
existe o encontro perfeito, o lugar exato, a mágica mais linda de todas. Ela
descobriu onde o céu toca o mar.
Descobriu tal maravilha olhando
perto. Piscou pra cima dos ombros, atentou-se ao brilho da estrela e, de
repente, viu! Nessa mesma localização, ela encontrou partes de um tesouro que
há tempo estava perdido. Pérolas de autoestima, colares de permissão, anéis de
liberdade e espelhos de amor próprio.
Pronto!
Dessa vez a marinheira está
sonhadora, com a âncora trancada no convés do barco, pois entendera que navegar
é preciso e viver muito mais! Boneca de coleção de miniaturas ficou apenas como
metáfora. És livre, forte e capaz!
Permito, então, apenas que cante,
quando o coração pulsar forte, quando ela lembrar da escritora que em terra
firme ficou, para voar pelas copas das árvores, que “Atraquei nesse cais por amor demais!”.
Saiba que a autora desse texto
usa essas sábias palavras da Mallu para expressar a gratidão pela sua
existência.
Crônica da mais maravilhosa: Geovana Mara
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