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  • 25/04/2024

    Crônica: Boa memória

    Ela, que sempre falou sobre fim de ciclos, não encerrou este por aqui. Deixou as músicas continuarem lembrando-o, a mão no voltante, o pôr do sol, as placas dos carros, até o barulho irritante do limpador de para-brisas.

    Foi um ciclo importante. Não diria que tenha sido o mais significante deles. Mas teve sua relevância. Inclusive, a mulher que se tornou carrega um pouquinho dele, da bagagem, da experiência. Se isso é bom ou ruim, não vem ao caso.

    Hoje esse ciclo se encerrou e, neste momento, foi possível enxergar que isso aconteceu há mais tempo do que pode perceber. Embora os sinais ainda estivessem lá, ele já não era mais presente.

    Ele se foi como a chuva que seca na terra e nasce uma grama verdinha no lugar. Deixou memórias lindas e que com certeza a fará se recordar. Mas, ficou onde deveria ficar, onde deveria ter sido deixado há muito tempo. 

    Precisou de muita conversa, reflexões, amores e desamores para entender que esse ciclo acabou. Esse foi seu tempo. Ao mesmo tempo, em que se recorda da data que celebra um novo ciclo, agora também pensa sobre o adeus que recebeu, mas não conseguiu retribuir.

    E, com o coração cheio de gratidão por tudo o que significou naquela fase da vida, chegou a hora de ressignificar. Criar outras memórias com a playlist de sertanejo, ver a velocidade em que o carro está de outra maneira e enxergar o pôr do sol por outros olhos. 

    Essa conexão tão difícil de se explicar se desfez com o tempo, com os rumos que as vidas tomaram, com os caminhos diferentes que escolheram. O que fica é apenas a 'boa memória', como já diria a música do seu cantor favorito.





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