Entrevista: Jornalismo investigativo com Rodrigo Nunes

O post de hoje é sobre uma entrevista realizada com o jornalista investigativo, escritor e professor, Rodrigo Nunes.

Rodrigo formou-se em Jornalismo pelas Faculdades Integradas Teresa D'Ávila - FATEA, no ano de 2005, e especializou-se em jornalismo investigativo. Atualmente, ocupa a cadeira de número 15 da Academia Vale Paraibana de Letras e Artes (AVLA), cujo patrono é o locutor Cid Moreira; membro da Associação Brasileira de Jornalismo Investigativo (ABRAJI); editor-chefe do jornal Retrato do Vale; professor de português e história; e vereador na cidade de Piquete/SP.

Quando estava na faculdade, Rodrigo produziu como trabalho de conclusão de curso o livro-reportagem "Operação Marins - O sumiço do escoteiro Marco Aurélio", onde investiga o caso de desaparecimento do menino no Pico dos Marins, em Piquete.

Na ausência de referências do ramo presentes na faculdade, com o apoio de sua orientadora Bianca Freitas, ele se aprofundou no caso, buscando auxílio em livros de Caco Barcellos, Percival de Souza, entre outros, já que ainda não havia se especializado no jornalismo investigativo, por isso, foi aprendendo com as experiências, se arriscando para chegar em seu objetivo final, que era produzir a única referência bibliográfica sobre o caso.

A princípio, ele não imaginava que uma editora se interessasse pelo livro, e começou o projeto apenas para apresentar para a banca avaliadora como o seu trabalho de conclusão. 

O caso Marco Aurélio e a faculdade de jornalismo, fizeram com que o interesse pelo jornalismo investigativo aflorasse na vida de Rodrigo Nunes.

Com a publicação do livro, pessoas o procuraram para contribuir com a investigação, uma vez que Rodrigo "escancarou" muita coisa nesse primeiro volume e por isso ele produziu o segundo, intitulado "Operação Marins - Novas descobertas".

O questionamos sobre a trilogia Operação Marins e ele nos respondeu que assim como não estava nos planos o desenvolvimento do segundo volume que veio a acontecer, pode ocorrer com o terceiro, pois o caso ainda é muito presente em sua vida.

Tivemos acesso ao projeto entregue para a avaliação e nele consta um capítulo sobre os gastos envolvidos da produção do primeiro livro. Rodrigo diz que fez questão de anotar criteriosamente cada gasto para poder deixar um "norte" para os próximos alunos, assim como nós, que pegassem o seu trabalho para entender todo o processo de sua produção. Além disso, não foi fácil investir tanto dinheiro e por isso ele contou com o apoio de patrocinadores.

Para a capa e a diagramação dos livros, foi em busca de profissionais em formação que estavam ao seu redor, dentro da própria instituição.

A narrativa dos livros traz detalhes minuciosos do ambiente e dos envolvidos, isso faz com que o leitor "embarque" com o autor na história, virando personagem do próprio livro. A presença de diálogos torna a leitura ainda mais simples e intrigante.

Rodrigo acredita que há necessidade de mais investimento das faculdades no jornalismo investigativo, pois é um mercado que está crescendo cada vez mais. Para ele, para a boa realização desse trabalho é necessário precisão, exatidão e profundidade nos fatos. E para quem se interessa pelo ramo, ele recomenda muita leitura, principalmente de textos que fogem da superficialidade.

Atualmente, Rodrigo está escrevendo um livro técnico sobre jornalismo investigativo, com previsão de lançamento para o ano que vem.

Entrevista: Stephany Ramos e Maria Carolina Moraes
Fotos: Carolina Freire