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  • 22/10/2013

    Crônica: Polegadas de solidão

    Nos primórdios da vida humana a comunicação era um bicho indomável e complexo, misterioso. Quando o homem tornou-se íntimo da arte de comunicar, passar informações, registros, histórias, avisos e contos se tornaram infinitos, incontroláveis e sem ponto.

    O desenho foi descoberto padrões foram inventados, sons e grunhidos que seguiam a mesma frequência formavam uma mensagem, chegavam ao receptor, porém eram tão primitivas que nem sempre cumpriam sua função. Um pedido de socorro podia ser interpretado como um convite para jantar e a ilustração de como capturar um animal para o almoço era interpretada como a arte da sedução. O novo antigamente é o nosso mundo de hoje.



    Ao invés das pessoas gastarem seu tempo de forma egoísta, em um universo particular, o conceito de comunidade era vivido mais compartilhado do que se pensa nas redes sociais. Casais tomavam sorvete na praça enquanto crianças corriam atrás do carrinho de pipoca. Difícil quem vivia sozinho, a aventura de atravessar o mar, em equipe, para única e exclusivamente entregar uma carta para outra civilização foi substituído pelo simples e solitário toque de uma tela.

    Registros que antes eram buscados em paredes e pedras, depois em pergaminhos onde um simples toque era o suficiente para desintegrá-los, e em livros de algumas toneladas que levavam horas para serem desvendados, foram reduzidos a pequenas polegadas que cabem na palma da mão.

    O que seria dos casamentos em que o homem precisa sair de casa por muito tempo e para muito longe? Os filhos continuariam sendo do vizinho e a mulher poderia até mesmo esquecer a face do amado. Agora, uma simples ida à padaria é registrada, monitorada e compartilhada por meio de fios, sinais e termos cada vez mais inusitados que significam sempre a mesma coisa: o mundo está mudando.


    Geovana Mara e Stephany Ramos

    2 comentários:

    1. Fico feliz pela leitura e reforço a minha 'hipo tese' de que o jovem lê, escreve e está antenado com o mundo e com todas as transformações da contemporaneidade. Nós, de outras gerações, temos dificuldades em entender a rapidez das mudanças e as possibilidades que a tecnologia oferece a todos. com isso, simplesmente, achamos que a nova geração está errada por não olhar o mundo do mesmo jeito que olhamos. Stephany e Geovana, vocês mostram que a nova geração não é uma "geração perdida", mas uma geração que sabe mundo bem o espaço e tempo que está vivendo. Parabéns e continuem nesse pique... Sigamos em frente!!!

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      Respostas
      1. Para fazer a diferença é necessário ser diferente. Buscar o conhecimento nunca é demais. Obrigada pelas palavras mestre!

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